No Dia Europeu sem Carros, celebrado a 22 de setembro, o jornal aponte destaca a importância de repensar a mobilidade urbana e devolver as ruas às pessoas. Esta iniciativa, integrada na Semana Europeia da Mobilidade, convida-nos a refletir sobre os impactos ambientais e sociais do uso excessivo do automóvel e a valorizar alternativas sustentáveis como os transportes públicos e a ferrovia. No nosso território, a linha do Leste representa uma oportunidade real para ligar comunidades, reduzir emissões e revitalizar o interior.
Hoje, 22 de setembro, assinalamos o Dia Europeu sem Carros. Esta data nasceu no final dos anos 90, em várias cidades europeias, como uma experiência para imaginar um dia com menos tráfego automóvel e ruas devolvidas às pessoas. Desde então, tornou-se uma iniciativa anual, integrada na Semana Europeia da Mobilidade.
O objetivo é simples: mostrar que é possível viver e deslocar-se sem depender sempre do automóvel. E porquê esta crítica ao carro? Porque os automóveis, apesar de úteis, são responsáveis por enormes problemas ambientais e sociais. Emitem gases com efeito de estufa que alimentam as alterações climáticas, poluem o ar das nossas cidades, ocupam espaço público com filas e estacionamento, criam ruído e tornam o ambiente urbano mais inseguro e hostil para peões e ciclistas. A nível de ordenamento do território ocupa espaços cada vez maiores, quer seja para a circulação, com autoestradas que provocam a destruição de habitats numa largura de dezenas de metros e a impermeabilização de solos, quer seja para o estacionamento, ou a ocupação caótica de espaços no centro das cidades.
Ao mesmo tempo, continuamos a descurar soluções de transporte coletivo mais sustentáveis. A ferrovia, por exemplo, deveria ser a espinha dorsal da mobilidade em Portugal. Precisamos de mais investimento na linha férrea, que é limpa, eficiente e capaz de ligar pessoas e territórios de forma justa.
Aqui, no nosso território, há um exemplo claro: a linha do Leste. Poderia existir um comboio intercidades que ligue esta região ao resto do país e a Espanha. Poderia unir Ponte de Sor, Portalegre e Elvas, com ligação para Lisboa e para Badajoz. Esta seria uma alternativa real ao carro, capaz de aproximar comunidades, reduzir emissões e dar vida ao interior.
Conselho ambiental: O Dia Europeu sem Carros lembra-nos que mudar é possível. Que podemos apostar em transportes públicos de qualidade, caminhar mais, pedalar mais e exigir políticas que ponham as pessoas — e não os automóveis — no centro das cidades e dos territórios.
No dia de hoje, experimente deixar o carro em casa. Use os transportes públicos, vá a pé ou de bicicleta. São pequenas escolhas individuais que, juntas, podem transformar a mobilidade e o ambiente em que vivemos.
Até à próxima e lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!

