É certo que as revelações de Carlos Costa atingem a imagem de António Costa e que uma decisão judicial favorável a António Costa pode contribuir para reabilitar a sua imagem.
“Antigamente a honra lavava-se num duelo, agora lava-se nos tribunais.” Foi desta forma lapidar que António Costa justificou o recurso aos tribunais, face à acusação de Carlos Costa de que teria interferido no caso BPI por causa de Isabel dos Santos.
Devo dizer que, apesar de não me espantar que António Costa tenha efectuado o referido telefonema, considero que não é decente, nem digno, que um ex-Governador do Banco de Portugal venha agora tornar públicas conversas de alcova.
Em todo o caso, é importante esclarecer que os tribunais também não são lavandarias da honra até porque a honra não se lava com sentenças judiciais. A honra é um imperativo de consciência que assenta no sentido do dever que não é delegável em quem quer que seja.
Além disso, a verdade judicial é uma verdade formal, o que significa que é uma verdade que colide com a própria noção de honra.
É certo que as revelações de Carlos Costa atingem a imagem de António Costa e que uma decisão judicial favorável a António Costa pode contribuir para reabilitar a sua imagem.
Mas uma coisa é a cosmética, outra coisa é a honra.