A maioria dos pais devia ser proibida de assistir aos jogos dos seus filhos. Toda a gente se lamenta hoje da falta de educação das gerações mais novas.
Tenho um neto que tem precisamente a mesma ambição que eu tinha com a idade dele: ser jogador de futebol. Acontece que, quando eu tinha a idade dele, ou seja, nos anos de 1960, ser jogador de futebol era uma profissão que nos estava vedada.
Os nossos pais nem queriam ouvir falar disso. Jogar à bola era a nossa ocupação de tempos livres, com balizas feitas com pedras e num sítio qualquer, longe das vistas dos nossos pais.
Acontece que o mundo mudou muito. E, hoje, ser jogador de futebol não é só a ambição de qualquer criança, mas também a ambição dos seus pais. E os pais não se contentam com pouco. Vêem nos seus filhos Cristianos Ronaldos em potência e, como se isso não bastasse, querem que os treinadores de formação dos seus filhos, em vez de os formarem, os tratem como se fossem verdadeiras estrelas.
A maioria dos pais devia ser proibida de assistir aos jogos dos seus filhos. Toda a gente se lamenta hoje da falta de educação das gerações mais novas. No entanto, o que eu constato é que as gerações mais novas estão a ser vítimas da geração dos seus pais que devia ter a responsabilidade de as educar e, em vez disso, as deseduca.