Porque, para os portugueses, a política é uma casa de putas, o que significa que qualquer pessoa que lá entre, por muito séria que seja, não se livra da fama.
A política portuguesa transformou-se numa autêntica casa de putas onde uma mulher séria não deve pôr os pés e por duas razões.
Em primeiro lugar, porque não consegue mudar o destino à casa, até porque a clientela vai lá à procura de putas e não de mulheres sérias.
Em segundo lugar, porque não se livra da má fama.
Eu falo, por experiência própria. Não adiantou nada eu pagar do meu bolso duas campanhas eleitorais e grande parte da terceira para não ficar refém dos financiadores das campanhas. De uma das vezes, houve mesmo um indivíduo que teve o descaramento de ir ao meu escritório oferecer-se para financiar a minha campanha a troco do meu voto num assunto do seu interesse em que o meu voto era decisivo. E ficou extremamente surpreendido com a minha resposta, porque, segundo a sua experiência, o sucesso na vida política dependia precisamente da troca de favores.
Também não adiantou nada ter recusado sempre cargos remunerados. Como não adiantou nada não ter ficado com o dinheiro das senhas de presença que recebi e ter recusado receber ajudas de custo a que tinha direito por lei.
E porquê? Porque, para os portugueses, a política é uma casa de putas, o que significa que qualquer pessoa que lá entre, por muito séria que seja, não se livra da fama.