O Eléctrico FC assinala 40 anos sobre o histórico jogo da Taça de Portugal frente ao Sporting, disputado em 1985 no Campo de Jogos do Matusarense. O golo de Capitão, preservado graças à visão de Ricardo Menaia, continua a simbolizar a Alma Eléctrico e a força da Família eléctrico. Hoje, o clube reúne várias centenas de atletas, três equipas seniores em competições nacionais e múltiplas modalidades, sustentado pelo esforço de anónimos, pelo apoio das famílias, dos pais e de entidades públicas e privadas, que mantêm viva a identidade e o orgulho de Ponte de Sor.
No dia 17 de novembro de 1985, a vila de Ponte de Sor viveu uma das tardes mais intensas da sua história no Campo de Jogos do Matusarense. O recinto, então um campo pelado com apenas uma bancada, viu toda a área envolvente encher-se de público para assistir ao encontro da Taça de Portugal frente ao Sporting Clube de Portugal. Foi um momento que marcou de forma indelével a memória coletiva da comunidade e do Eléctrico Futebol Clube.
O relato do golo, recriado nesta reportagem pelo mesmo locutor que o viveu na altura, devolve a emoção de um instante único: Capitão, jogador de referência na época, isolou-se perante Vítor Damas e, com um chapéu perfeito, fez explodir as bancadas e a multidão que rodeava o campo. “Aquilo foi uma loucura”, recorda-se ainda hoje.
As palavras do relatador José Calado e dos jogadores Rogério Verde, Carlos Santana e Manuel João Fernandes confirmam o impacto desse encontro. Muitos descrevem a ansiedade que antecedeu o jogo, a mobilização popular e o orgulho de enfrentar as vedetas leoninas. Para os atletas do Eléctrico, foi uma oportunidade rara de medir forças com nomes que até então só viam na televisão. Para a vila e para toda a região, tratou-se de um marco histórico que reforçou a ligação entre clube e comunidade.
Como gesto de homenagem, importa recordar que o registo áudio e vídeo desse jogo de 1985 só existe graças à visão de Ricardo Menaia, que, como em tantas outras circunstâncias, colocou o seu conhecimento e recursos técnicos ao serviço da comunidade. Sem essa capacidade, a memória viva desse dia não teria sido preservada.
Quarenta anos depois, o Eléctrico FC continua a ser símbolo de Ponte de Sor, agora cidade, e afirma-se como uma instituição desportiva de referência nacional. O clube reúne hoje várias centenas de atletas federados, distribuídos por diferentes escalões e modalidades, mantendo viva a sua vocação formativa e acolhendo jovens desde os primeiros passos no desporto até à competição sénior.
Entre as modalidades praticadas destacam-se o futebol, futsal, basquetebol, natação, judo, dança, atletismo e desportos motorizados, espelhando a diversidade eclética que caracteriza o emblema. Atualmente, o Eléctrico orgulha-se de ter três equipas seniores a competir em provas nacionais: futebol, futsal e basquetebol, consolidando o nome da cidade e da região nos principais palcos desportivos do país.
Importa também reconhecer que o Eléctrico FC existe graças ao esforço de muitos anónimos, que ao longo dos anos deram e continuam a dar o seu trabalho e dedicação diária. Graças ao empenho dos pais dos jovens atletas, que asseguram as condições para que as crianças integrem as modalidades, e ao apoio de entidades públicas e privadas, o clube tem conseguido crescer e afirmar-se como referência desportiva e comunitária. O sucesso deve-se igualmente às famílias de dirigentes e jogadores, que vivem com as suas ausências e apoiam de forma silenciosa mas decisiva a vida do clube.
Apesar da evolução das infraestruturas e da multiplicidade de modalidades, a essência permanece: a mística da “Alma Eléctrico”, difícil de explicar mas impossível de esquecer. Quem a sente leva para sempre o barquinho tatuado no coração.
Esta reportagem é memória e é futuro, porque o Eléctrico continua a ser motor de identidade regional e da força de uma comunidade que nunca deixou de acreditar.

