Quercus | Dia da Extremadura espanhola

A Extremadura espanhola, celebrada a 8 de setembro, destaca-se como um verdadeiro santuário de biodiversidade na Europa Ocidental. Com uma impressionante variedade de habitats zonas húmidas, florestas e planícies a região abriga espécies emblemáticas como o lince-ibérico, a cegonha-preta e a águia-imperial-ibérica, protegidas por áreas naturais que cobrem cerca de um terço do território. O montado, ecossistema vital para o touro bravo e o porco ibérico, encontra ali a sua maior extensão. Entre as curiosidades naturais, destaca-se o Triops emeritensis, um crustáceo pré-histórico endémico e criticamente ameaçado. A avifauna também encanta, com espécies como a abetarda e o peneireiro-cinzento. A região é exemplo de equilíbrio entre conservação e desenvolvimento, reforçado pela futura desativação da central nuclear de Almaraz, junto ao rio Tejo.

Olá. Bem-vindos a mais uma Aponte Ambiental.
Hoje é 8 de setembro, o Dia da Extremadura espanhola, e celebramos esta região vizinha que é um verdadeiro paraíso de biodiversidade. É com muito gosto que partilho convosco um pouco do que faz da Extremadura um lugar tão especial em termos naturais.

A Extremadura é um mosaico de habitats. Tem zonas húmidas, florestas e vastas planícies, o que cria condições ideais para muitas espécies. É mesmo uma das regiões da Europa Ocidental com maior percentagem de áreas de interesse ornitológico.

Mas há mais. Cerca de um terço do território está oficialmente protegido. Isso permite a sobrevivência de espécies ameaçadas como o lince-ibérico, o abutre-preto, a cegonha-preta e a águia-imperial-ibérica. Todas encontram aqui um refúgio vital.

E o montado? Se em Portugal já reconhecemos a sua importância, importa dizer que a Extremadura tem a maior extensão deste ecossistema. É essencial para a sobrevivência de espécies emblemáticas como o touro bravo e o porco ibérico. O montado é, de facto, um tesouro vivo.

Para quem visita pela primeira vez, há ainda surpresas únicas. Uma delas é o triops, um pequeno crustáceo que existe há cerca de 220 milhões de anos. O Triops emeritensis é uma espécie endémica da Extremadura, registada apenas em duas lagoas perto de La Albuera, em Badajoz. Está classificado como “Criticamente Ameaçado” pela Lista Vermelha da IUCN. Apesar de viver numa área protegida, enfrenta ameaças como a agricultura, a extração de água, a fragmentação do habitat e a presença de infraestruturas.

Também as aves encantam quem por lá passa. O peneireiro-cinzento e a abetarda, uma das aves voadoras mais pesadas do mundo, impressionam especialmente durante o cortejo nupcial.

Tudo isto faz da Extremadura um verdadeiro paraíso natural europeu. É uma terra viva, onde conservação e habitat coexistem em equilíbrio.

Termino com um conselho ambiental: temos de valorizar e proteger estes lugares únicos. A Extremadura mostra-nos que é possível compatibilizar desenvolvimento e natureza. E ficará ainda melhor com o encerramento da central nuclear de Almaraz, que fica junto ao rio Tejo, a 100 km da fronteira com Portugal, que começa já em 2027.

Até à próxima. E lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!

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