Quercus | Equipa de cientistas portugueses descreve uma nova espécie de lagartixa

A revista Wilder destacou que uma equipa de cientistas portugueses descreveu uma nova espécie para a ciência. E a equipa é liderada por um antigo aluno da Universidade de Évora, Diogo Parrinha e conta ainda com Mariana Marques, Ana Carolina Andrade De Sousa, Aaron Bauer, Luís Ceríaco.

Os investigadores portugueses, liderados por Diogo Parrinha, descobriram uma nova espécie de lagartixa de Angola, chamada Sepsina caluanda, e que estava guardada num museu norte-americano há quase 70 anos sem ter sido identificada corretamente.

A lagartixa Sepsina caluanda tem o corpo alongado, membros reduzidos e movimento serpentiforme. Não possui membros anteriores e tem três dedos curtos nos membros posteriores. A lagartixa fossorial de Luanda tem hábitos discretos, passando muito tempo enterrada ou a explorar a folhada. As observações são pouco comuns, e pouco se sabe sobre a sua ecologia e história natural.

Diogo Parrinha percebeu que tinha encontrado uma nova espécie enquanto revia o género Sepsina, estudando 162 espécimes guardados em várias coleções de museus. Observando as morfologias externas, como o número de dedos e a redução de membros, a equipa percebeu que os exemplares eram diferentes.

Os dois espécimes que deram origem à descoberta foram recolhidos perto de Luanda, em Angola, em Junho de 1958, durante uma expedição financiada pela National Geographic Society e pela .

Antes de serem reconhecidos como uma nova espécie, os espécimes tinham sido identificados como Scelotes angolensis.

A nova espécie de lagartixa, Sepsina caluanda, só é conhecida através dos dois espécimes recolhidos em 1958, e é possível que ainda existam mais exemplares não descobertos, embora a espécie possa já estar extinta devido à perda de habitat, especialmente com o crescimento da cidade de Luanda.

Os investigadores destacam que muitas descobertas de novas espécies estão a ser feitas através de espécimes armazenados em coleções de História Natural, e que essas coleções ainda contêm muitos espécimes que ainda não foram devidamente estudados, daí a importância das coleções de museus de História Natural.

Diogo Parrinha considera que os taxonomistas são uma “espécie em extinção”, mas que continuam a realizar um trabalho essencial, especialmente num momento em que a biodiversidade está a ser perdida rapidamente. Ele acredita que é fundamental descrever a diversidade biológica que ainda não conhecemos para poder protegê-la.

Conselho ambiental: observe a natureza à sua volta. Pode fotografar sem perturbar os seres vivos e tentar identificar as espécies, pois só se protege o que se conhece.

E lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!

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