Quercus | Perseguição ao Abutre-Preto em Portugal

A recente perseguição a tiro contra o abutre-preto em Portugal tem levantado preocupação entre ambientalistas. Apesar dos esforços de conservação, esta espécie protegida continua a ser alvo de ataques, ameaçando a sua recuperação no país.

Nos últimos meses, registaram-se vários casos de abutres-pretos alvejados a tiro, incluindo a única cria da mais recente colónia portuguesa. Estas ocorrências colocam em risco a recuperação da espécie no país.

Sim. Em Portugal, a perturbação ou o abate desta ave é um crime punível com pena de prisão de até cinco anos.

Pelo menos três abutres-pretos nascidos em Portugal foram vítimas de tiros nos últimos meses.

A marcação de abutres-pretos com emissores GPS/GSM, no âmbito do projeto LIFE Aegypius Return, permitiu monitorizar as aves e detetar rapidamente situações anormais, ajudando a identificar casos de perseguição.

Alguns dos casos conhecidos são:

Mirante – Abutre nascido na Herdade da Contenda, abatido a tiro em Huelva, Espanha.

Bobadela – Um juvenil encontrado ferido a tiro em Loures, que não resistiu aos ferimentos.

Pousio – A cria da colónia da Herdade do Monte da Ribeira foi alvejada à queima-roupa, sofrendo graves ferimentos. Pousio é a única cria conhecida da mais recente colónia portuguesa desta espécie, situada na Herdade do Monte da Ribeira, na Vidigueira. No final de janeiro, os funcionários da herdade encontraram este abutre no solo, com uma postura prostrada e comportamentos estranhos. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas foi chamado e prontamente recolheu a ave, tendo-a entregado no LxCRAS.

O diagnóstico foi atroz: Pousio foi vítima de tiro de espingarda pelas costas, enquanto estava pousado. A enorme quantidade de projéteis indica que o tiro foi feito de muito perto e, portanto, não deixa dúvidas quanto à sua intenção: 16 chumbos e fragmentos menores numa das patas, seis chumbos e fragmentos na outra, e ainda um chumbo alojado no músculo peitoral. As lesões obrigaram a várias intervenções médico-veterinárias, incluindo a remoção de uma unha.

As entidades envolvidas apelam ao reforço da fiscalização e à responsabilização dos autores destes crimes, além do desenvolvimento de ações de sensibilização e prevenção.

A proteção do abutre-preto é essencial para a biodiversidade e para o equilíbrio ecológico. Denunciar situações de abate ilegal e apoiar iniciativas de conservação são passos fundamentais para garantir a sobrevivência desta espécie em Portugal.

Conselho ambiental sobre abutres

Se encontrar algum abutre, ou outro animal selvagem ferido, ligue para SOS Ambiente 808 200 520

E lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!

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