Segundo o estudo “Riscos ocultos para as abelhas que nidificam no solo”, divulgado pela revista Nature, os pesticidas representam uma ameaça real para mais de 70% das abelhas selvagens.
O estudo revela que os pesticidas representam riscos alarmantes para as abelhas selvagens que nidificam no solo, e que são a maioria das espécies que vivem em Portugal por exemplo, as quais são cruciais para a polinização e a produção de alimentos. Segundo Sabrina Rondeau, a coordenadora do estudo, mais de 70% das espécies de abelhas selvagens enfrentam riscos significativos devido aos resíduos de pesticidas no solo, uma ameaça ignorada pelos regulamentos atuais.
À medida que a agricultura utiliza pesticidas para proteger as culturas, as consequências para os polinizadores essenciais, como as abelhas selvagens, tornam-se mais claras. Estes enfrentam riscos significativos devido aos resíduos de pesticidas presentes no solo.
Este risco não é tido em conta pelas avaliações de risco atuais que são limitadas.
As avaliações atuais utilizam principalmente as abelhas melíferas como cobaias e que vivem em colmeias e não têm em conta as vulnerabilidades únicas das abelhas selvagens que nidificam no solo.
As principais descobertas do estudo são que
1. As abelhas rainhas podem ser atraídas para solos contaminados com pesticidas, o que aumenta a sua exposição durante períodos críticos, como o inverno.
2. A exposição ao ciantraniliprole, um pesticida presente no solo, reduz a sobrevivência e o sucesso reprodutivo das rainhas dos abelhões, podendo afetar gerações futuras.
3. Para as abelhas-abelha, a exposição a combinações de inseticidas e fungicidas perturba o comportamento e reduz a produção de descendentes, sinalizando potenciais declínios populacionais.
O estudo demonstra que é necessária uma reformulação fundamental na forma como avaliamos a segurança dos pesticidas, para salvaguardar os polinizadores selvagens, os sistemas alimentares e a biodiversidade.
Conselho ambiental: Pode indagar se a sua autarquia utiliza herbicidas, que são um tipo de pesticidas e pode sugerir aos autarcas para que adiram à campanha “autarquias sem herbicidas”, pois assim também se protegem os insetos polinizadores.
E lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!
