Guardiões das Flores: A importância das coleções de polinizadores no presente e no futuro”
O projeto ARCADE Alinhar Coleções de Referência (da Ciência da Universidade de Coimbra, Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa e Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto) com o Desenvolvimento Taxonómico para a Conservação dos Polinizadores em Portugal.
O projeto junta as principais coleções científicas públicas nos Açores, Coimbra, Madeira, Lisboa e Porto visa melhorar uma componente chave para o desenvolvimento da taxonomia e conservação dos insetos polinizadores – as coleções de referência – através da indexação de espécimes e espécies, revisão taxonómica e melhoria das coleções de referência de Portugal, um hotspot de biodiversidade da bacia Mediterrânica, incluindo a Macaronésia. Este projeto criará uma base sólida para a implementação de iniciativas futuras sobre taxonomia, conservação e monitorização de insetos polinizadores em Portugal.
O projeto é um projeto da rede Pollinet e é liderado pela Universidade de Coimbra e conta também com as Universidades de Lisboa, Porto, Açores e Madeira, bem como com a associação Tagis – Centro de Conservação de Borboletas de Portugal.
Até Outubro de 2025 espera-se melhorar significativamente o nosso conhecimento sobre a taxonomia e distribuição dos principais grupos insetos polinizadores a nível nacional (abelhas, moscas-das-flores e borboletas diurnas), permitindo o acesso a coleções de referência padronizadas e de boa qualidade.
O projeto destaca o papel crucial das coleções científicas de insetos e outros espécimes preservados em museus portugueses. Estas coleções funcionam como bibliotecas vivas, permitindo aos investigadores estudar a biodiversidade ao longo do tempo e do espaço. Um exemplo é o da borboleta Fritilária-do-Sul, cuja distribuição mudou significativamente ao longo das décadas, evidenciando a importância dos espécimes preservados para compreender padrões ecológicos.
As coleções científicas são fundamentais para mapear a biodiversidade global, pois cada espécime catalogado serve como prova física da presença de uma espécie num determinado local e período. A informação associada a cada espécime, como a data e o local de recolha, permite aos cientistas analisar mudanças na distribuição das espécies ao longo do tempo. Além disso, muitas espécies só podem ser identificadas corretamente através da análise detalhada da sua morfologia, tornando estas coleções indispensáveis para a taxonomia e a conservação.
Sem estas coleções, seria difícil avaliar o impacto das alterações ambientais e das atividades humanas na biodiversidade. Os espécimes preservados ajudam a compreender como as populações de polinizadores evoluíram e fornecem dados essenciais para estratégias de conservação. Assim, manter e expandir estas coleções é uma prioridade para garantir que futuras gerações possam continuar a estudar e proteger a biodiversidade.
Conselho ambiental: fotografe insetos e flores