O jornal A Ponte nasceu no dia 15 de Junho de 1998. Santana-Maia Leonardo e Adelino Sérgio, os seus fundadores, tinham por ambição criar um jornal de âmbito concelhio que conseguisse fazer a ponte entre as diferentes freguesias e correntes de opinião existentes no concelho de Ponte de Sor.
Pretendia ser, ao mesmo tempo, um espaço de informação e de formação. De informação, publicando as notícias do concelho, sem medo dos eventuais “melindres”. De formação, porque queria ser um espaço aberto ao debate cultural e político.
O único e exclusivo objectivo do jornal era servir o jornalismo livre e independente. Liberdade e Democracia eram os seus valores fundacionais. Rigor e independência os seus dois princípios orientadores.
Santana-Maia Leonardo
Escrever sobre o jornal aponte, é quase como escrever sobre um filho… um desafio enorme.
Um desafio enorme. A criação de um qualquer projeto obedece a uma série de parâmetros, objetivos, estratégias, operações de marketing, a criação de uma equipa que esteja a remar no mesmo sentido, noites que passam a dias e dias que aumentam as horas. Começar do zero um órgão de comunicação social onde não se está muito à vontade, onde o habitat natural são as ondas da rádio… obriga a uma adaptação maior que a prevista.
O nascimento, ou o “vender do jornal aponte ” foi um passo assim… “ E agora como é que conseguimos aguentar isto? Onde vamos ao dinheiro? Há que tornar este jornal autossuficiente.” Passo seguinte, uma maquete feita em papel vulgar A3, agrafado quase vestido como um jornal há muito na praça, e agora? Vamos vendê-lo! E assim foi, a minha pessoa pegou neste jornal edição 0 e foi apresentar à maior parte das casas comerciais do concelho de Ponte de Sor, Avis e Mora. Um bate porta nada fácil… aceitaram as suficientes para que o jornal aponte pudesse imprimir nas máquinas de impressão do Adelino, com muita mão a alcear (método que consiste em juntar o jornal folha a folha), pois ali não havia alceadeira, sem ser as mãos dos intervenientes.
Como referi, o jornal não era um meio onde eu estivesse muito à vontade, embora tivesse feito alguns apontamentos para alguns meios de comunicação escritos, não era a mesma coisa… volta e meia pedia uma “ajudinha” ao, já infelizmente falecido, grande jornalista António Jorge Branco, fundador da rádio TSF, com eu tinha tido formação e foi para ele que enviei muitas vezes textos e paginações para que ele me desse a sua análise. E foi um grande apoio. Lembro me bem da primeira edição com a foto da barragem de Montargil, estávamos a passar uma fase de seca nessa altura e entendeu se que seria o melhor tema para a primeira edição.
Foram páginas do livro de uma vida que me orgulho, dos momentos bons e dos menos bons que nos ajudaram a crescer, enquanto profissionais e pessoas.
Sandra Lopes
Lembro-me de ver nascer um novo jornal, eu ainda era um adolescente e jamais iria imaginar que um dia ia desempenhar a função de diretor dessa mesma publicação, o jornal aponte.
Assumi esta função como um projeto de vida, e luto pela sua sustentabilidade desde 2013. Nem sempre foi fácil, mas é nas dificuldades que encontro o estimulo para continuar.Em 2020, com a chegada da pandemia ao território nacional, tudo mudou e a continuidade do jornal aponte esteve comprometida, valeu uma parceria criada no ano anterior com a DigitalLayer para a uma prova de Todo o Terreno.
Com a esmagadora maioria dos pontos de venda da nossa publicação encerrados não havia como colocar o jornal na rua, foi ai que decidi apostar na produção de conteúdos vídeo para partilhar gratuitamente em algumas redes sociais.
Rapidamente nos apressamos a efetuar os primeiros contactos, mas confesso que não foi fácil mostrar que podia ser possível, muitas vezes fomos questionados se alguém via o nosso trabalho.
Após conseguir-mos credibilizar o nosso trabalho, surgiu um novo desafio… como rentabilizar financeiramente o nosso trabalho.
Mais uma vez voltamos aos contactos e conseguimos que alguns dos nossos parceiros comerciais (da versão papel) acreditassem no nosso projeto e a eles agradeço, pois teria sido muito mais difícil chegar até aqui.
2022 foi um ano de grandes desafios, estendemos a nossa cobertura aos concelhos de Alter do Chão e Crato e em resultado da nossa inclusão na Rede de Parceiros de Proximidade da CNN Portugal passamos a estar em alerta permanente, pois passamos a poder levar a nossa realidade ao mundo, através de uma das redes de informação mais fortes da atualidade.
Com o lançamento do nosso novo site, também levamos os nossos conteúdos a outro patamar, pois esta integrado na rede SAPO e ainda somos uma montra da nossa região ao levar os nossos conteúdos para bordo das viagens dos comboios Alfa Pendular.
Estes foram desafios enormes, para os quais nos preparamos.
2023 foi um ano de continuidade e afirmação e para isso iniciamos a transmissão regular e em direto de alguns eventos desportivos que são o reflexo da nossa evolução. Passamos a ser autónomos na produção de conteúdos e aumentamos a rede de colaboradores.
Em 2024 demos continuidade ao que vinha a ser feito, mas reforçamos a nossa presença no panorama nacional, com a produção de conteúdos para órgãos de comunicação social de âmbito nacional, contudo fica aqui o meu compromisso de que o nosso propósito se mantem, continuamos disponíveis para apoiar e promover o que acontece ao nosso redor.
Bruno Guimarães