“Não basta dizer que temos de combater a interioridade. É preciso conhecer, ouvir os autarcas e os agentes locais para conhecer as suas necessidades e dificuldades”, afirmou o ministro Miguel Pinto Luz. No programa desta semana, Vitor Morgado reagiu às declarações com uma análise crítica e fundamentada sobre o papel do Estado na coesão territorial.
No mais recente episódio do programa aponte SEM RODEIOS, o comentador Vitor Morgado analisou a visita do Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, a Ponte de Sor, no âmbito do roteiro “Ver para Fazer” pela Estrada Nacional 2. A deslocação, que percorreu 738 km entre Chaves e Faro, incluiu paragens em alguns dos 35 municípios atravessados pela EN2, com o objetivo de ouvir os autarcas e identificar necessidades locais em matéria de mobilidade, habitação e coesão territorial.
Durante o programa, Vitor Morgado reconheceu a importância simbólica e política da iniciativa, mas questionou a profundidade estratégica das medidas anunciadas. “É uma visão de curto prazo”, afirmou, sublinhando que a fixação de população no interior exige mais do que requalificações pontuais: “Cabe ao Estado central garantir serviços públicos, acessibilidades e oportunidades que tornem o interior verdadeiramente habitável.”
O comentador destacou ainda a necessidade de repensar o país de forma estrutural, criticando a concentração de serviços no litoral e defendendo uma descentralização efetiva. A propósito da requalificação do troço da EN2 entre Abrantes e Avis, orçada em 10 milhões de euros, Vitor considerou o investimento positivo, mas insuficiente face às carências acumuladas.
O programa também abordou a mobilidade ferroviária, a falta de transportes públicos no interior e a urgência de políticas habitacionais que vão além da habitação social. “Uma estrada melhor pode trazer mais gente para o interior, não o contrário”, defendeu.
Para ouvir a análise completa e conhecer os argumentos que marcaram o debate, veja o episódio completo no site do jornal aponte.

