Com o boicote da centralização dos direitos televisivos por parte de Benfica, Sporting e Porto, os clubes pequenos ficaram sem adeptos e sem dinheiro. E clubes sem adeptos e sem dinheiro só conseguem sobreviver vivendo amancebados com um clube rico que lhes vá pagando as contas ou vendendo uns jogos ao melhor preço, como as putas da beira da estrada.
Mesmo que, por hipótese, exista um árbitro que não seja adepto, nem simpatizante do Benfica, Sporting e Porto, a verdade é que, em qualquer cidade portuguesa em que resida, vive rodeado por fanáticos destes três clubes: em casa, no café e no trabalho. Consequentemente, um árbitro que resida em Portugal não dispõe de condições objectivas para poder exercer as suas funções com independência e imparcialidade.
No entanto, o problema da liga portuguesa não se esgota na arbitragem. À excepção do Benfica, do Sporting, do Porto, do Guimarães e, muito recentemente, do Braga, a todos os outros clubes falta-lhes o mais importante: os adeptos. O Benfica, inclusive, gaba-se de jogar todos os jogos em casa, o que significa que joga contra clubes que não têm adeptos sequer para encher o seu próprio estádio.
Mas o problema da integridade da liga portuguesa não termina aqui. Com o boicote da centralização dos direitos televisivos por parte de Benfica, Sporting e Porto, os clubes pequenos ficaram sem adeptos e sem dinheiro. E clubes sem adeptos e sem dinheiro só conseguem sobreviver vivendo amancebados com um clube rico que lhes vá pagando as contas ou vendendo uns jogos ao melhor preço, como as putas da beira da estrada. Benfica, Sporting e Porto reduziram à indigência os outros clubes precisamente para os poderem mais facilmente corromper.
Concluindo: não basta apenas árbitros estrangeiros para que a verdade desportiva na liga portuguesa fique salvaguardada. É necessário também clubes estrangeiros para que exista uma verdadeira competição.