Resumindo: se a Holanda tivesse tido o azar de ser governada por portugueses, pertenceria hoje orgulhosamente ao clube da mão estendida, com uma economia totalmente dependente do turismo, uma população pobre, envelhecida e em vias de extinção.
A Holanda tem o tamanho do Alentejo e mais de 17 milhões de habitantes. Ou seja, tem menos de metade do território português e quase o dobro da população. E, se contarmos apenas a população activa, tem mais do dobro.
Imaginemos agora que a Holanda, uma das economias mais poderosas da UE e uma das dez maiores nações exportadoras, tinha o azar de ser governada por portugueses.
Para os portugueses e para os seus governantes, um país pequeno como a Holanda não tem interior pelo que concentrariam em Amesterdão todos os ministérios, secretarias de Estado, direcções-gerais, grandes hospitais, assim como a sede dos Supremos Tribunais, dos bancos, da comunicação social, de todos os ramos das Forças Armadas e de todas as instituições.
Consequentemente, a Holanda, em vez de ter todo o território ocupado por 18 cidades médias que oferecem aos seus cidadãos trabalho qualificado, serviços de saúde e de ensino de qualidade, uma rede de transportes públicos excelente, veria o país ficar reduzido a Amesterdão onde as pessoas se amontavam à procura de trabalho e de casa, sendo obrigadas a emigrar para sobreviver, enquanto o resto do território ficava ao abandono, desabitado e desertificado.
Resumindo: se a Holanda tivesse tido o azar de ser governada por portugueses, pertenceria hoje orgulhosamente ao clube da mão estendida, com uma economia totalmente dependente do turismo, uma população pobre, envelhecida e em vias de extinção.