Se queremos viver numa sociedade que respeite os bens alheios, os pequenos furtos têm de ter uma pena desproporcional ao seu valor.
Num furto, o que deve ser penalizado, em primeira linha, não é o prejuízo em si, mas a acção de furtar. O furto de uma carteira deve ser sempre penalizado, independentemente do dinheiro que tem lá dentro.
Eu sei que isto é difícil de compreender no mundo materialista em que vivemos. Mas se queremos criar uma sociedade de valores, temos de ser absolutamente implacáveis com os pequenos furtos que, por serem passíveis de envolver e afectar um maior número de pessoas, designadamente os jovens, têm a faculdade, precisamente, de destruir, corromper e subverter moralmente os valores em que devia assentar uma sociedade sã.
Se queremos viver numa sociedade que respeite os bens alheios, os pequenos furtos têm de ter uma pena desproporcional ao seu valor. Nestes casos, ao contrário dos crimes mais graves, a prevenção geral deve-se sobrepor à prevenção especial. Ou seja, a pena tem de ser altamente dissuasora.
E ao contrário do que pensa a maioria dos comentadores, o dinheiro gasto no combate aos pequenos focos de incêndio nunca foi um mau investimento. Prevenir para não ter, mais tarde, de remediar. É este o caminho. Como diz o povo, “é de pequenino que se torce o pepino”.