O entreposto SL Benfica

A alternativa é abdicarem de serem grandes clubes europeus para passarem a ser aquilo que são hoje: simples entrepostos de vendas de jogadores.

Santana-Maia Leonardo – Comentador

A Lei Bosman, o novo formato da Liga dos Campeões, as Sociedade Anónimas Desportivas e os direitos televisivos transformaram o futebol numa das maiores indústrias do século XXI, o que significa que deixou de ser possível ser um grande clube sem pertencer a uma das cinco maiores ligas europeias. O mercado português é manifestamente pobre, pequeno e exíguo para alimentar uma média empresa, quanto mais um grande clube.

Neste momento, Benfica, Sporting e Porto só teriam hipóteses de rivalizar com os grandes clubes europeus, quer em contratação de bons jogadores, quer na capacidade de atrair investimento, quer na sua expansão a nível internacional, se jogassem numa grande Liga, designadamente, numa Liga Ibérica.

A alternativa é abdicarem de serem grandes clubes europeus para passarem a ser aquilo que são hoje: simples entrepostos de vendas de jogadores. Aliás, basta ouvir os dirigentes e os comentadores portugueses a apelidar de “montra” as competições europeias para ficarmos esclarecidos. Ou seja, para os clubes portugueses, as competições europeias são a montra onde os nossos clubes vão expor a mercadoria que têm para vender.

E Enzo, quando aterrou em Portugal, limitou-se a dizer o óbvio: vinha jogar no Benfica para dar o salto para um grande clube europeu. O seu clube do coração é o River Plate, o Benfica era apenas um trampolim. Como foi.

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