Os Jardins Botânicos Reais de Kew (RBG Kew), no Reino Unido, sequenciaram o ADN de mais de 9500 espécies de plantas com flor, incluindo espécies ameaçadas e outras já extintas. Uma cientista portuguesa fez parte da investigação.
Ana Rita Simões faz parte do grupo de 279 cientistas de 138 instituições de vários locais do mundo, que participou neste estudo publicado pela revista científica Nature.
As plantas com flor, ou angiospérmicas, representam cerca de 90% da vida botânica conhecida. Investigadores usaram 1,8 mil milhões de letras de código genético, abrangendo milhares de espécies e quase 8000 géneros. Este estudo ajudará na identificação de novas espécies, classificação de plantas, descoberta de compostos medicinais e conservação face às mudanças climáticas e perda de biodiversidade.
O projeto Kew’s Tree of Life Initiative visa mapear todas as 330.000 espécies de plantas com flor. Alexandre Zuntini, autor principal do estudo, destacou a complexidade de analisar milhões de sequências de ADN, o que abriu novas perspetivas para a evolução das plantas.
Estudos fósseis mostram, desde o século XIX com Charles Darwin, que as angiospérmicas se diversificaram rapidamente. Sabe-se hoje que as plantas com flor surgiram há 140 milhões de anos, A equipa confirmou esta rápida diversificação, que estabilizou nos 100 milhões de anos seguintes, com um novo pico há 40 milhões de anos. Isto é rápido em termos geológicos, já que a terra se formou há 4,6 mil milhões de anos e os fósseis mais antigos datam de há cerca de 3,48 mil milhões de anos. Estas novas descobertas podem ajudar os cientistas de hoje a compreender como e porque é que as espécies se diversificam.
Novas técnicas genómicas permitiram sequenciar ADN de plantas antigas e modernas, incluindo espécies extintas. Estas técnicas podem ser aplicadas em herbários globalmente, demonstrando o valor da “ciência aberta” para a pesquisa futura.
Sugiro que procure conhecer as plantas que vivem à sua volta e
E lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!
