O verão de 2025 foi o mais quente e seco desde que há registos em Portugal continental, segundo o IPMA. Com temperaturas médias de 23,5 °C e apenas 10,9 mm de precipitação, o país enfrentou três ondas de calor consecutivas e incêndios devastadores. Este marco climático reforça a urgência de agir face às alterações climáticas que já afetam diretamente o nosso território.
O verão de 2025, que terminou na semana passada, vai ficar marcado na memória de muitos. Em Portugal continental, foi, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o verão mais quente desde 1931. 1931 foi o ano em que se começou a recolher dados significativos no conjunto do território português. Então este ano de 2025 é o ano mais quente desde que há registos detalhados. A temperatura média foi de 23,5 graus Celsius, o valor mais alto dos últimos 94 anos.
As máximas foram ainda mais extremas: a média atingiu 30,8 graus, também o valor mais elevado desde que há registos. As mínimas ficaram nos 16,2 graus, o quarto valor mais alto desde 1931.
O verão foi atravessado por três ondas de calor consecutivas: entre 15 e 20 de junho; de 26 de junho a 9 de julho; e de 29 de julho a 17 de agosto, a mais longa registada no interior norte e centro desde que há registos. Foram ainda contabilizados 33 novos máximos extremos e 10 novos mínimos. O caso mais alarmante ocorreu em Mora, com 46,6 graus no dia 29 de junho, novo recorde para o mês de junho em Portugal continental.
Este também foi o verão mais seco desde 1931. A precipitação total foi de apenas 10,9 milímetros, ou seja, 24 por cento do valor médio. Portugal foi atingido no mês de agosto por incêndios florestais devastadores, tendo a época estival sido também a mais seca desde 1931, com precipitações correspondentes a apenas 24% do valor normal entre 1991 e 2020, precisou o IPMA no seu boletim climatológico dedicado ao verão de 2025
Portugal não foi um caso isolado. O Reino Unido registou igualmente o verão mais quente desde o início dos registos em 1884. Segundo o Met Office, a temperatura média entre junho e agosto foi de 16,1 graus, superando o anterior máximo de 2018. O verão britânico foi marcado por quatro ondas de calor, e embora o máximo registado — 35,8 graus em Kent — não tenha sido recorde absoluto, a persistência do calor fez deste o verão mais quente de sempre. Os cientistas do Met Office estimam que um verão tão quente como este é hoje cerca de 70 vezes mais provável devido às alterações climáticas induzidas pelo ser humano.
Conclusão
O verão de 2025 confirma um padrão claro: ondas de calor mais frequentes e intensas, temperaturas extremas e seca persistente. É mais um sinal contundente de que as alterações climáticas estão a acelerar e a afetar diretamente o nosso território e a nossa vida quotidiana.
Esta tendência reforça a urgência de agir, tanto em termos de adaptação — como preparar cidades, proteger populações vulneráveis e gerir recursos hídricos — como para reduzir emissões e mitigar os efeitos do aquecimento global.
Conselho ambiental: Em verões cada vez mais quentes e secos, é fundamental prevenir os incêndios. Evite comportamentos de risco, como fazer queimadas ou deixar lixo nas florestas. Poupe água no dia a dia — cada gota conta quando enfrentamos secas prolongadas. É também importante plantar árvores mais resistentes ao fogo como os sobreiros.
Cuidar do território e usar os recursos de forma responsável é proteger a nossa segurança e o nosso futuro.
Até à próxima edição do Aponte Ambiental.
E lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!